segunda-feira, 27 de junho de 2011

John Constantine não é Keanu Reeves!!!


Ele é inglês, loiro e sacana. E um dos melhores personagens que já existiram nas HQs
Por Lulu Carabina
 
Eu não vi o filme Constantine. E nem pretendo. Nem que fosse para falar mal. É porque este inglês canalha é um dos meus personagens em quadrinhos favoritos e achei uma tremenda sacanagem essa adaptação mal e porca que fizeram da história dele. Como protesto, levarei todos vocês para uma viagem insólita e horripilante pelo (sub)mundo onde vive o Hellblazer. Preparem-se, pois o inferno é uma das principais paradas...
Biografia de John Constantine
Vindo de uma família da classe operária de Liverpool, John Constantine nasce em 10 de maio de 1953, por Thomas e Mary Anne Constantine. Durante o nascimento, os médicos descobriram uma segunda criança estrangulada no útero. John havia estrangulado seu irmão gêmeo. Sua mãe acabou morrendo no parto. Seu pai então assumiu a responsabilidade por ele, apesar de odiá-lo por suas duas perdas.
Aos 17 anos, mudara-se para Londres. Passou toda a década de 70 aprendendo as artes arcanas com um grupo de dedicados ao misticismo. Depois de assistir aos Sex Pistols no Roxy Club de Londres, John formou sua própria banda, a Membrana Mucosa, junto com seu amigo de infância Gary Lester. Eles tocaram a primeira vez no Casanova Club, em Newcastle.No ano seguinte, John passou por uma experiência que deixaria marcas para o resto de sua vida: um desastroso ritual de magia negra no qual enfrentou o demônio Nergal, que destruiu todos os seus amigos e acidentalmente mandou a garota Astra Logue para o inferno. O que restou depois disso tudo foi somente o braço da menina. Levado quase à loucura pela experiência, John foi internado em Ravenscar, um hospital para os perigosamente perturbados, onde ele intermitentemente passou os próximos dois anos.
Em 1985, John encontra o Monstro do Pântano pela primeira vez em Louisiana (quando a Crise das Infinitas Terras alcançara o seu clímax). Sua função foi ensinar ao Monstro do Pântano todo o potencial de seus poderes - regenerar-se a partir de qualquer pedaço de folha, por exemplo -, preparando-o para as crises que o aguardavam. A namorada de John, Emma, acabou sendo morta em Nova York pelo Invunche - um serviçal da Brujeria. A guerra contra a Brujeria continuou, o que resultou na morte dos amigos de Constantine Ben Cox, Frank North, Judith e Anne-Marie.
Depois disso, o Hellblazer já conseguiu a cura para um câncer nos pulmões; desafiou os três lordes do inferno; conheceu versões macabras de contos de fada; viveu por um tempo com uma turma new age nas florestas inglesas; levou o fora de uma namorada e vagou por uns tempos nas ruas como bêbado e indigente; envolveu-se em tramas com Rei Artur; teve até alguns poucos e breves romances.
Ele também passou uma temporada nos Estados Unidos, onde aprendeu um pouco sobre a vida numa prisão de segurança máxima, depois viajou pelo coração da América e conheceu tudo o que esse país tem de bizarro. De volta à Inglaterra, colocou-se diante de novos inimigos e ameaças reais, até o ponto atual, onde acabou de fazer uma nova visita indesejada ao Inferno e testemunhou uma visão alternativa de sua vida. Nas últimas histórias, estão de volta a família de Constantine - sua irmã e sobrinha, e vários amigos desaparecidos, que passam a sofrer ameaças nas mãos de seus inimigos.
“Vamos desenhar o Sting!”
Em junho de 1985, há quase vinte anos, na edição 37 de The Saga of Swamp Thing (Monstro do Pântano), apareceu um mago loiro, enigmático, desafiador, intrometido, manipulador e detestável: John Constantine. Segundo o quadrinista inglês Alan Moore, o personagem surgiu da vontade dos desenhistas Steve Bissette e John Totleben de desenharem o cantor Sting - na época, vocalista da banda The Police.
Naquele tempo, Moore, Bissette e Totleben trocavam correspondências e idéias e resolveram juntar o visual do cantor com histórias de psicopatas e coisas do tipo. Sobrou a Moore dar um sentido ao fato de Sting perambular pelos pântanos. Sua vontade era de se entranhar no universo de personagens místicas do universo DC. Por isso, fez de John Constantine uma figura que, apesar de recém-criada, tinha uma longa e misteriosa história, que já o havia colocado em contato com todos os magos e figuras sobrenaturais da DC.
O sucesso foi tamanho que não demorou a DC apostar em mais publicações de temática adulta e criar um título mensal sobre John Constantine, em janeiro de 1988: Hellblazer.
O primeiro time criativo do título foi Jamie Delano e John Ridgway. Delano tinha um texto lírico e imaginação fértil o suficiente para abastecer o clima de terror e suspense que a série precisava. Já o ilustrador John Ridgway tinha como característica desenhos mais elaborados, com muitas hachuras e grande uso de sombras. Delano construiu a origem de Constantine e sedimentou a personagem.
Garth Ennis, segundo escritor regular da série, é o responsável pela fase de maior sucesso da revista. A grande habilidade de Ennis era sua maneira de escrever personagens e relações plausíveis. Foi durante a fase de Ennis que Hellblazer começou a fazer parte da linha Vertigo, criada pela DC em 1993 para englobar todos seus títulos de temática adulta. Foi ao entrar na fase Vertigo que Ennis começou a colaboração com o desenhista Steve Dillon.
O australiano Paul Jenkins foi o terceiro escritor. Apesar do trabalho do desenhista Sean Phillips durante esta fase, foi o período de menor sucesso do título.
Seguindo a fila, temos Warren Ellis. O escritor fez o público e a crítica redescobrirem Hellblazer ao longo de dez edições onde trazia de volta o clima de suspense perdido com os anos. Ellis, porém, decidiu abandonar o cargo quando uma de suas edições foi censurada pela DC e não chegou às bancas.
A história chamava-se "Shoot" e tratava de tiroteios em escolas norte-americanas, logo após o massacre da escola Columbine, no Colorado. Tendo sabido do assassinato em massa, a DC tentou fazer mudanças na história, mas Warren Ellis declarou que as mudanças pedidas criariam uma história que ele nunca assinaria como criador. A editora decidiu não lançar o episódio. Decepcionado, Ellis deixou o título.
Para substituí-lo às pressas, foi chamado Brian Azzarello. Ao seu lado, um também novo desenhista, Marcelo Frusin. Azzarello, o primeiro norte-americano a escrever Hellblazer, levou John Constantine para os Estados Unidos.
O atual contador das histórias de John Constantine é Mike Carey, que trouxe o mago de volta para o velho mundo. Os desenhos escuros do argentino Leonardo Manco lembram a fase inicial de Hellblazer, de Delano e Ridgway.
O drama das bancas tupiniquins
No Brasil, o mago inglês viveu uma verdadeira peregrinação... de editoras. Apesar de nos Estados Unidos Hellblazer ser o título mais antigo e regular da linha Vertigo, John Constantine teve uma história editorial bastante conturbada em nosso país. Hellblazer passou pela Abril, pela Tudo em Quadrinhos, pela Metal Pesado, pela Atitude, pela Fractal e morreu no ano passado, com a falência da Brainstore.
Apresentado aos leitores brasileiros nos formatinhos da Abril como personagem coadjuvante do Monstro do Pântano, Constantine começou a ter suas aventuras-solo publicadas nessa mesma revista. Entretanto, a seqüência de publicação acabou se tornando um verdadeiro “samba do crioulo doido”. As seis histórias iniciais foram publicadas em Monstro do Pântano até o título ser cancelado. A veiculação do número 6 americano antes do 5 foi apenas uma pequena amostra do que ainda estava por vir.
Em 1995, a intenção era fazer de John Constantine o carro-chefe da revista Vertigo quando a Abril lançou o título. As outras personagens alternariam sua publicação, mas Hellblazer deveria estar presente todos os meses.
Porém, Constantine não deu as caras já na sexta edição. Na última hora, várias histórias do mago inglês, que já estavam traduzidas, foram retiradas por ordem da diretoria da Abril, e substituídas por Tim Hunter e Os Livros de Magia. Reza a lenda que isso aconteceu por causa do conteúdo das narrativas, considerado muito violento. As histórias de John voltaram a ser publicadas na edição 8, mas várias revistas americanas haviam sido saltadas.
Com o cancelamento da revista Vertigo, Hellblazer ficou esquecido por um tempo até ter suas histórias retomadas pela Metal Pesado Editora, em novembro de 1997. Mas, como numa espécie de maldição, as coisas não melhoraram. A seqüência incerta de publicação parecia ser um reflexo da verdadeira “metamorfose ambulante” da editora, que virou Tudo em Quadrinhos, meses antes de se aliar à Fractal, que criou a Atitude e acabou por cancelar todos os seus títulos.
Desde maio de 2000, a Brainstore passou a editar o personagem, prometendo pôr ordem na casa e continuar a publicar as histórias de uma maneira menos confusa. Entretanto, mais uma vez nós, pobres leitores, morremos na praia: a Brainstore quebrou e ficamos todos órfãos novamente.
Curiosidades Curiosas
Na verdade, John Constantine já havia aparecido em um quadro da Swamp Thing #25, perto de uma vítima abarrotada em um espadarte.
A Metal Pesado, TEQ, Fractal e Atitude, em geral, sempre foram a mesma editora só mudaram de nome e sócios.
Hellblazer seria originalmente chamado de "Hellraiser", o que se parecia mais com o personagem. Infelizmente, o lançamento do projeto de Clive Barker com o mesmo nome estragou os planos da DC. Hellblazer foi o melhor título que o pessoal da DC pôde pensar para substituir o original antes do título ser publicado.
Alan Moore diz ter encontrado John Constantine pessoalmente numa lanchonete pouco tempo depois de ter começado a escrever sobre ele. Embora o escritor não dê muitos detalhes e até ache difícil que alguém acredite nessa história, afirma que foi uma das experiências mais estranhas. Ele conta ainda que Jamie Delano, primeiro roteirista de Hellblazer, também teve um encontro parecido.
Depois de tudo isso, alguém espera realmente que eu desperdice meu tempo precioso assistindo um filme que tenta me convencer que o Keanu “Neo” Reeves pode personificar John Constantine no cinema? Acho que ele comeu pílulas coloridas demais...
É isso aí!
 

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Informações
via: 4shared
formato: cbr
tamanho: (?)

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