sábado, 2 de julho de 2011

The Walking Dead – Dias Passados



Resumo
Este é o primeiro tomo de The Walking Dead, que reúne os primeiros seis comics desta série de culto.
Passada na região de Atlanta, o seu protagonista é Rick Grimes é um ajudante de xerife que acorda de um coma provocado por um ferimento de bala e, sozinho no hospital, constata que o mundo tal como o conhecia desapareceu, com a humanidade, reduzida a alguns pequenos grupos esparsos, destroçada por um estranho mal que faz os mortos ressuscitarem. Parte então em busca da mulher Lori e do filho Carl, que desapareceram da sua casa, num mundo povoado de zombies que se alimentam de sangue humano.

Desenvolvimento
Se o resumo pode levar os leitores incautos a pensar que não há grande diferença entre esta BD e uma longa série de outras com a mesma temática, a verdade é que The Walking Dead parte desde logo de uma premissa diferente, como o autor afirma no prefácio: o desejo de a começar onde geralmente acabam este tipo de histórias, de saber o que acontece a seguir, quando os mortos-vivos se tornam mais do que os seres humanos.
A par disso – e essa é, para mim, uma diferença mais importante - na base da história está a exploração das reacções (e das relações) humanas em situações extremas, acentuada pela forma pausada e com muitos momentos de suspense como a trama é desenvolvida, com muitas pontas soltas que permitem que ela vá sendo explorada de diversas formas ao longo do tempo.
Confesso que tendo visto os dois episódios iniciais da série televisiva antes de ler o livro, este perdeu o feito surpresa que noutras circunstâncias poderia ter, mas a verdade é que a forma pausada como Kirkman guia a narrativa, forte e bem estruturada, é uma bela mais-valia, que contribui sem dúvida para o sucesso que ela alcançou.
Depois, os protagonistas são personagens fortes, imperfeitas, com dúvidas e incertezas, em resumo humanas e credíveis. Grimes, está dividido entre ficar com a mulher e o filho para os proteger e o sentido do dever que o leva a querer ajudar todos os outros; Lori, tem na consciência a relação iniciada com Shane, antigo companheiro do marido, quando julgava este morto; os restantes, lutam por manter o máximo possível de humanidade, ao mesmo tempo que tentam encontrar o seu lugar num mundo em grande mudança, onde alguns dos valores tradicionais parecem já não fazer sentido.
Graficamente, se o traço de Moore – Charles Adlard só entrou na série a partir do #7 - é algo caricatural, perdendo com isso, especialmente em expressividade, algumas cenas de maior intensidade dramática, os seus mortos-vivos conseguem ser bastante assustadores, num todo que se revela bastante dinâmico.

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